sábado, 30 de abril de 2011

Novos poemas

Tenho, desta vez, toda uma série de poemas para aqui postar. Vamos a eles, sem mais demoras.

Dois Dois

Conheço duas pessoas
Que em nada são iguais
Uma tem-me como amigo
Outra quer-me de castigo
Mas não sei com qual eu estou mais

A primeira conhece-me há anos
E sempre fomos bons amigos (mas só isso!)
É aquela que gosta de comigo estar,
E com quem costumo rir, conversar e brincar
De quem não espero nada mais que isso

A outra mal sabe que eu existo
E, para comigo, a palavra de ordem é "desprezo"
Evita a todo o custo comigo estar
Diz que gosta de me ver sofrer e chorar
De quem estou livre, mas simultaneamente tão preso

Qual não é o meu espanto quando um dia
Enquanto eu estava "numa boa"
Veio uma pessoa que me contou
Uma verdade que me chocou:
Ambas são a exacta mesma pessoa

Gosto

Gosto de pensar
Gosto de lembrar
Gosto de imaginar
Gosto de reviver
Gosto de falar
Gosto de conversar
Gosto de confiar
Gosto de conviver
Gosto de brincar
Gosto de estar
Gosto de querer
Gosto de gostar
Gosto de amar
Gosto de chorar
Gosto de sofrer

Frontal

Deixo de lado as metáforas
As analogias e historiazinhas
Se eu me considero gente,
Tenho de saber falar de frente
E é o que vou fazer nestas linhas

Das outras vezes que falei para ti
Julgaste ser para ninguém
E mesmo quando, num poema fora do habitual,
O teu nome escrevi na vertical
Não o viste (nem tu nem ninguém)

Repito, desta vez mais directo,
Que te dirijo tudo o que tenho escrito
Porque, mesmo que o não queira fazer,
Costumas ser fonte do meu sofrer
E disso não te culpo (só um bocadito...)

Sugiro que releias tudo, que te faça reflectir
Enquanto eu fico a pensar na minha sina
Termino com a verdade que nunca gostaste de ouvir
Amo-te...

Vocábulo


Tenho sentido algo estranho
Que não sei do que se trata
Ando à procura de definição
Para esta sensação
De que há sempre algo em falta

É um querer estar mais que querer estar
Um querer ter irracional
Uma ausência que esvazia
Um vazio digno de poesia
Um precisar mais que fundamental

Procurei no inglês, francês e alemão
Porém nao encontrei nome para esta necessidade
Foi só na língua portuguesa
Que descobri como chamar a esta fraqueza:
Saudade

De pé

Quando me perguntam "como estás"
Penso no que hei-de afirmar
A quem me está a perguntar
Nem bem nem mal,
Simplesmente normal
Estranha quem vê
E até eu pergunto porquê
Vejo que não tenho tudo o que queria
"Porque não queres", alguém diria
Esse alguém tem razão
Está na hora de te mexeres João!
Sair do sofá, levantar-me da cadeira
Quer seja fim-de-semana ou alguma-feira
Pôr-me de pé e ir à luta
Lutar pelos verdadeiros e contra os filhos da...
E, perante quem me quer ver cair,
Aguentar de pé e sorrir
Mostrar que, apesar de não quererem saber de mim
Eu estou bem assim
Que há quem esteja comigo quando preciso
(Porque também luto por isso)
E, nessa altura, qu
ando "como estás" alguém me diz,
Poderei responder "Estou óptimo, sou feliz!"

Tempestade (escrito em plenos Jogos da Primavera)

Diz a sabedoria popular
Que depois da tempestade vem a bonança
Embora às vezes se confirme tal,
Não é caso geral
É, por vezes, apenas falsa esperança

Não vale a pena ficar preso a isso
Nem sequer é recomendado
Viver sobre uma suposição
Só traz desilusão
E deixa qualquer um desanimado

Embora já me tenha cansado de esperar,
E só me traga sensações más
Por mais que tente
Por mais que o queira outra gente
De mudar não sou capaz

(comentem se faz favor, quero saber a vossa opinião)

Porque é que a rubrica Prateleira da Semana nunca funcionaria do This is Me?

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Porque é que a rúbrica ... nunca iria dar certo no This Is Me?



Irei inaugurar hoje a rubrica Porque é que a rubrica ... nunca iria dar certo no This is Me?.

Esta rubrica surgiu de uma forma muito estúpida. Eu queria inaugurar uma nova coluna aqui no blogue, mas todas as que me lembrava ou que gostaria de fazer, por alguma razão, não iriam resultar. E surge assim esta série. Parvo, não é?

Começo já em breve com uma edição peculiar: Porque é que a rubrica Prateleira da Semana nunca iria dar certo no This Is Me?.

Espero que gostem!

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Prémios TiM



Sejam bem-vindos à primeira edição dos Prémios TIM! Ora bem, o que é isto? É uma forma bonita e sofisticada de vos pedir ajuda para escolher os meus melhores textos.

Passa-se o seguinte: eu preciso de seleccionar os meus dois melhores textos deste blogue, sejam eles poesia ou prosa, por uma causa que já identifiquei a alguns amigos e identificarei posteriormente a todos vocês.

Para manifestarem o vosso voto, basta ligarem para o 760 basta deixarem um comentário com aqueles que vocês acham ser os dois melhores textos do blogue. O que ganham com isso? Um belíssimo faqueiro de 76 peças Nada. Mas agradecia imenso que o fizessem.

Conto convosco!

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Morada

Nestes últimos dias tenho tido tempo de sobra (e até demais) para olhar à minha volta e ver o mundo. Vá, vejo só uma área à minha volta.

Vejo que todos caminham para um sitio onde ficarão melhor e onde as preocupações, dores e sofrimentos ficam para trás. Onde, com a ajuda dos seus mais próximos, alcançarão tudo o que sempre quiseram e procuraram. Onde, fora dos sonhos, tudo continua perfeito e ornado de todas as cores. Onde os estúpidos e os filhos da *tosse* não os fazem cair, nem sequer nos fazem desequilibrar, e são eles que caem quando os empurram. Um sítio onde passam de pedra solta a rochedo firme, capazes de se aguentarem e servirem de suporte e apoio à todos os que escorregam entre as restantes pedras soltas.

A felicidade, não sei porquê, preferiu não vir bater à minha porta. Apesar de ter batido a todas as portas do meu prédio, não bateu à minha. Não sei se foi erro de revisão, mas deixo aqui o aviso: mora cá gente.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

#069

Ora bem, este post será, assim que o publicar, o post 69. Como é óbvio, só posso dedicar este post a uma coisa: ao ICTHUS 2010.

O ICTHUS começou numa Sexta à noite, na estação de comboios do Barreiro. A numerosíssima lista de elementos para o acampamento consistia em 6 elementos da Castor, 1 elemento da Girafa e 2 elementos da Canguru. O problema começou assim que chegámos ao check-in - não era possível inscrever equipas com 9 elementos. A solução foi fazer uma 2ª equipa, de 4 elementos, com o Guia Eterno (como é tradição chamar-lhe) e os não-Castores.

Ora bem, na manhã de Sábado, o guia da Castor (Gonçalo) foi ver qual era a nossa colocação na lista de equipas, para saber a que horas partiríamos para raid. O primeiro impulso dele, assim que chegou à lista, foi "Vamos ver quem é a equipa 69." Qual não é o espanto dele quando a equipa 69 (melhor, 069) era... exactamente, a Castor do 927. E ficámos amaldiçoados para todo o acampamento.

Partimos então para raid, e até correu bem. A resposta à pergunta "Qual é o número da vossa equipa?" era sempre seguida por uns risinhos da parte da chefia do posto, e chegou até a ser recebida com algumas piadas nada-puras ("69 é um número par").

Bem, não me alargarei muito mais sobre o ICTHUS, pois o resto não são propriamente histórias alegres de se contar. Posso, e devo, é colocar a música do ICTHUS - "Margem Sul State of Mind".



Ah, e o ICTHUS 2011 aproxima-se. Quero ver a Raúl Solnado no TOP 10! Pensando bem, vamos trabalhar para o Top 9.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Três

Reza a lenda dos tempos antigos
Que havia três inseparáveis amigos
Lutavam pelos mesmos ideiais
E quando juntos, eram os tais
Em tudo o que faziam eram os primeiros
Esta é a história dos três mosqueteiros

Mas conto-vos a história de outra perspectiva
Não de quem a veja, mas de quem a viva
Havia um mosqueteiro que, nos seus papéis,
Entre planos de combate e cartas dos admiradores fiéis,
Guardava uma carta sua, temendo o seu fim
Esse documento dizia assim:

«Sei que como inseparáveis se habituaram a nos olhar
Mas não é bem isso que vejo deste lado
Vejo dois de nós que conversam sem parar
E um que fica sempre de parte, como que desprezado
Falta saber se é intenção ou falta do que falar,
Se será apenas coincidência, ou se será o meu fado»

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Destinatário

Caminho pela vida, sempre a subir
Acompanhado por uma multidão
Rumo a um lugar onde melhor me hei-de sentir
Onde sei que nem todos chegarão

Lentamente, vão ficando pelo caminho
Indíviduos que não quiseram comigo continuar
Não os castigo, é a forma como vejo, sozinho,
Aqueles com quem posso verdadeiramente contar

(agora venha o que tiver de vir...)

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Ensaio sobre os colegas de turma (ou como não trabalhar em grupo)

Vou aproveitar o meu recanto (que, por acaso, é livre desta espécie) para deixar aqui alguns reparos.

Como sabem, este ano tenho a disciplina de Área de Projecto. Derivado da minha espantosa popularidade na turma e do enorme afecto que todos sentem por mim (é recíproco e não me incomoda mesmo nada), fiquei no grupo das "sobras". Isto é, formaram-se dois grupos e os alunos que sobraram formaram o terceiro grupo.

Acontece que dentro deste grupo há um parzinho que se individualiza. E esse parzinho, composto por duas raparigas, faz tudo como se elas fossem o grupo, e não parte do grupo. Fazem tudo como querem e como julgam ser melhor, e sempre que têm de ser tomadas decisões, tomam as nossas ideias e alternativas como sendo problemas e não soluções. Não nos avisam das decisões/informações importantes para o trabalho e, à custa disso, fazem-nos esperar e fazem com que não saibamos o que se passa com o trabalho.

E depois ainda nos culpam de o trabalho não correr bem.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Olho para tempos remotos

Olho para tempos remotos
E recordo-me de uma criança
Que surgiu de uma pequena saudação
Que se tornou numa conversação
E terminou sendo uma dança

Recordo-me de todo o carinho
Que foi preciso para a criar
Brincar com ela, dar-lhe de comer
Fazer te tudo para a ver crescer
Torná-la algo de que nos pudéssemos orgulhar

Lembro-me, infelizmente, do que se passou
Quando um dos pais, sem piedade
E talvez sem noção do que fazia
Fugiu, destruindo o que menos queria:
A criança a quem chamámos amizade

Para ti

Escrevi um poema num mural
Na esperança que chegasse até ti
Embora pudesses lá passar na tua jornada
Optaste sempre por outra estrada
Mas disso só depois me apercebi

Deixei-te um bilhete no cacifo
Para que lá fosses, porém,
Embora tenhas lido o que te escrevi
Não percebeste que era para ti
Julgavas que escrevia para ninguém

Tentei deixar-te mais um sinal
Dizendo que escrevia para ti
Terminei, mas quando ia indicar
Para quem estava a falar
Fiquei assustado, e não consegui

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Dizem que o silêncio é de ouro

Dizem que o silêncio é de ouro
Eu, pessoalmente, penso que não
São estes momentos sombrios
Que originam os momentos vazios
Que se tornam momentos de reflexão

Tento não acreditar e fingir que ouço
Meto-me então à escuta:
Embora tente não esquecer no que acreditava
Não ouço nem uma palavra
E não sou capaz de ir à luta

Tento pensar que é só desta vez
Mas sei que muitas mais virão
Isto não me deixa contente
Mas faz-me consciente
Que sou apenas um num milhão

De olhos fechados

Olho à minha volta e vejo o mundo
Todo ele é perfeito e ornado de todas as cores
Tudo como quero e desejo
Entre o aperto de um abraço e o calor de um beijo
Um mundo sem contrariedades e dissabores

Estou rodeado apenas por boas pessoas
E todas elas sem segundas intenções
Não guardam maldade nem ressentimentos
Sabem dizer para onde apontam os seus sentimentos
Um mundo sem imperfeições

Não há problemas de comunicação
Tanto com pessoas como com a mente
Não é preciso ler sinais ou atitudes
Conhecemos logo defeitos e virtudes
Um mundo onde é-nos tudo dito de frente

E, mais importante que tudo isto
Reconhecemos o que deveria ser irreconhecível
Quem é um verdadeiro amigo
Que há-de estar sempre contigo
Um mundo onde o ser humano não é desprezível

Olho à minha volta e vejo o mundo
Todo ele ornado de forma ideal
Sem sofrimento, incerteza ou dor
De repente, toca o despertador
Acordo, desperto de um sonho e torno ao mundo real

Tom de voz

Olho à minha volta e vejo o mundo. Porém, olho pela janela e vejo que o mundo não é bem como o vejo.

Vejo a verdade que tenho evitado ver, porque queria viver num mundo onde tudo fosse perfeito e ornado de cor-de-rosa. Quando abro os olhos, esse mundo desfaz-se em pó e vejo o mundo real. O mundo onde as coisas não são como quero nem como espero, mas onde as coisas são como são. E, nesse mundo, as coisas são da forma que mais me mete em baixo mas como, no fundo, sempre soube que eram.

Resta-me saber como vou reagir a estas mudanças no meu mundo. Se reagirei sozinho, ou se serei impulsionado a elevar o meu tom de voz.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Penso e repenso

Penso e repenso tudo o que me lembro,
Tudo aquilo que me consigo recordar.
Sei perfeitamente
Que a mente não mente,
Mas ficaria melhor se conseguisse não pensar.

Penso e repenso tudo o que me lembro,
Embora só em sofrimento consiga pensar:
Como qualquer um que sente
Não fico indiferente,
E é nessa altura que me ponho a chorar.

Penso e repenso tudo o que me lembro,
E por mais obstáculos que tenha de enfrentar,
Sejam mares e rios,
Ou simplesmente momentos vazios,
Ao olhar para esses momentos
Vejo o que tem sido oculto pelos sofrimentos:
Tenho sempre quem me ajude a atravessar.

(Escrito na aula de Português de 4 de Abril de 2011)

sábado, 2 de abril de 2011

Momentos vazios

Há um grande mal nos momentos vazios, pelo menos a meu parecer. Nesses momentos, à falta do que mais fazer, ponho-me a pensar e a reflectir. E, normalmente, a reflexão leva à depressão.

Reflecti, uma vez mais, sobre as minhas relações. A forma como me dou com as pessoas e como as pessoas se dão comigo. Apercebi-me que, sempre que há mais alguém, eu sou passado para segundo plano. Sirvo apenas para quando não está mais ninguém - e para casos de emergência. Que, apesar de dizerem que "gostam muito de mim" e que "estou no Top 3", não falam comigo e não sabem porquê. Que sou apenas, digamos, um recurso.

Vendo bem, é só uma pessoa. E uma pessoa a quem, aparentemente, dou mais importância do que devia.