Dois Dois
Conheço duas pessoas
Que em nada são iguais
Uma tem-me como amigo
Outra quer-me de castigo
Mas não sei com qual eu estou mais
A primeira conhece-me há anos
E sempre fomos bons amigos (mas só isso!)
É aquela que gosta de comigo estar,
E com quem costumo rir, conversar e brincar
De quem não espero nada mais que isso
A outra mal sabe que eu existo
E, para comigo, a palavra de ordem é "desprezo"
Evita a todo o custo comigo estar
Diz que gosta de me ver sofrer e chorar
De quem estou livre, mas simultaneamente tão preso
Qual não é o meu espanto quando um dia
Enquanto eu estava "numa boa"
Veio uma pessoa que me contou
Uma verdade que me chocou:
Ambas são a exacta mesma pessoa
Gosto
Gosto de pensar
Gosto de lembrar
Gosto de imaginar
Gosto de reviver
Gosto de falar
Gosto de conversar
Gosto de confiar
Gosto de conviver
Gosto de brincar
Gosto de estar
Gosto de querer
Gosto de gostar
Gosto de amar
Gosto de chorar
Gosto de sofrer
Frontal
Deixo de lado as metáforas
As analogias e historiazinhas
Se eu me considero gente,
Tenho de saber falar de frente
E é o que vou fazer nestas linhas
Das outras vezes que falei para ti
Julgaste ser para ninguém
E mesmo quando, num poema fora do habitual,
O teu nome escrevi na vertical
Não o viste (nem tu nem ninguém)
Repito, desta vez mais directo,
Que te dirijo tudo o que tenho escrito
Porque, mesmo que o não queira fazer,
Costumas ser fonte do meu sofrer
E disso não te culpo (só um bocadito...)
Sugiro que releias tudo, que te faça reflectir
Enquanto eu fico a pensar na minha sina
Termino com a verdade que nunca gostaste de ouvir
Amo-te...
Vocábulo
Tenho sentido algo estranho
Que não sei do que se trata
Ando à procura de definição
Para esta sensação
De que há sempre algo em falta
É um querer estar mais que querer estar
Um querer ter irracional
Uma ausência que esvazia
Um vazio digno de poesia
Um precisar mais que fundamental
Procurei no inglês, francês e alemão
Porém nao encontrei nome para esta necessidade
Foi só na língua portuguesa
Que descobri como chamar a esta fraqueza:
Saudade
De pé
Quando me perguntam "como estás"
Penso no que hei-de afirmar
A quem me está a perguntar
Nem bem nem mal,
Simplesmente normal
Estranha quem vê
E até eu pergunto porquê
Vejo que não tenho tudo o que queria
"Porque não queres", alguém diria
Esse alguém tem razão
Está na hora de te mexeres João!
Sair do sofá, levantar-me da cadeira
Quer seja fim-de-semana ou alguma-feira
Pôr-me de pé e ir à luta
Lutar pelos verdadeiros e contra os filhos da...
E, perante quem me quer ver cair,
Aguentar de pé e sorrir
Mostrar que, apesar de não quererem saber de mim
Eu estou bem assim
Que há quem esteja comigo quando preciso
(Porque também luto por isso)
E, nessa altura, qu
ando "como estás" alguém me diz,
Poderei responder "Estou óptimo, sou feliz!"
Tempestade (escrito em plenos Jogos da Primavera)
Diz a sabedoria popular
Que depois da tempestade vem a bonança
Embora às vezes se confirme tal,
Não é caso geral
É, por vezes, apenas falsa esperança
Não vale a pena ficar preso a isso
Nem sequer é recomendado
Viver sobre uma suposição
Só traz desilusão
E deixa qualquer um desanimado
Embora já me tenha cansado de esperar,
E só me traga sensações más
Por mais que tente
Por mais que o queira outra gente
De mudar não sou capaz
(comentem se faz favor, quero saber a vossa opinião)
O que mais gostei foi o poema " frontal" ;p
ResponderEliminarmas o poema de " De pé" também está muito bom apesar de ser assim um pouco fora do "vulgar" xD
Gosto de todos e já te tinha dado a opinião sobre alguns. O "Vocábulo" é de certa forma especial, para mim :)
ResponderEliminarJá sabes as minhas opiniões, sabes que eu adoro o que escreves :)
ResponderEliminarImagina lá, se não tivesses ido assistir àquilo na biblioteca, terias esta onda pá poesia? ahahah :b
Gosto imenso de todos. mas os meus favoritos sao o "Frontal" e o "De Pé" :P
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